Em março de 2009, questionei aqui no Esporte Fino se brasileiro gosta mesmo de esporte ou se gosta de quem vence.
A resposta não é difícil. Porque funciona assim: aos vencedores, a
idolatria. Aos que não vencem, as piadas, a ironia e o desprezo. O
brasileiro médio só gosta de quem vence e por este motivo a Fórmula 1
está morrendo aos poucos na TV aberta.
No sábado, a Globo exibiu apenas os dez minutos finais do treino de
classificação para o GP da Alemanha. Um pedaço de F-1 entre sessões de
desenhos animados. O SporTV, canal a cabo de esportes que pertence à
Globosat, mostrou o treino todo ao vivo.
Apontar o dedo para a Globo, neste caso, é um erro. Se desiste de
exibir o treino é porque não há retorno. E, existem culpados disso, é
provável que o maior de todos seja a falta de cultura esportiva de boa
parte do país. Estivesse um brasileiro disputando o título, a audiência
certamente não estaria em baixa, e o treino seria exibido na íntegra
(curiosamente, duas corridas atrás Massa fez a primeira pole de um
piloto do país em cinco anos).
Como lembrou Flavio Gomes em seu blog, em vários países a Fórmula 1 é mostrada em emissoras de TV a cabo.
Talvez seja, hoje, um produto de nicho. Um esporte específico demais e
longo demais (mais de uma hora sem intervalos) para aparecer na TV
aberta. Mas, no Brasil, é certo que a decadência é motivada pelo
interesse em vencedores, não no esporte.
Este já foi o país do tênis, cheio de especialistas no assunto,
enquanto Guga esteve no auge, com seus três títulos de Roland Garros e
quase um ano como número 1 do ranking. Virou o país da ginástica
subitamente, quando Daiane dos Santos virou campeã mundial. O boxe
voltou a fazer sucesso quando Popó conquistou seus dois cinturões. A F-1
seguiria em destaque e com audiência em alta se Sebastian Vettel fosse
brasileiro, não alemão. Mas o brasileiro é Massa, o quase-campeão de
2008. Um bom piloto, mas não um gênio.
TV vive de quem está em frente à tela, é óbvio. Se você já se perguntou por que o Zorra Total
está no ar há 15 anos, a resposta é que o programa é líder no horário,
sem grandes ameaças, desde que estreou. Em dez anos, a F-1 no Brasil
perdeu quase 60% da audiência de TV, como mostrou Ricardo Feltrin, colunista do F5. Há uma queda global de audiência na categoria, mas no Brasil o ritmo é vertiginoso.
Por aqui, a audiência da F-1 só se salvaria com um novo Fittipaldi,
Senna ou Piquet. Ou um piloto que pelo menos vencesse corridas
regularmente. Como o automobilismo no Brasil está morrendo, é bem possível que isso nunca mais aconteça.
A F-1 talvez não demore a estar na televisão apenas pra quem
realmente gosta de corridas. E como estas pessoas formam uma minoria, a
TV a cabo é o caminho óbvio.
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